Música

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Café Filosófico: Existência como doença - Márcia Tiburi


“Falar em existência significa justamente colocar em dúvida a possibilidade de que algo exista (...) A existência é uma coisa absolutamente confusa” – Márcia Tiburi

“A essência da existência é a dor” - Shopenhauer

A proliferação de livros auto-ajuda no mundo contemporâneo aponta que o ser possui uma leveza, por vezes, insustentável. O capitalismo além de ser o principal agente causador dessa sensação de eterno pesar se alimenta do mal estar das pessoas para vender essa idéia: a existência como doença. Surgem assim, milhares de Paulos Coelho, Lyas Luft e uma grande quantidade de medicamentos e drogas que prometem sanar, sempre de modo paliativo, essa doença e sofrimento coletivo que tem sua origem no próprio ato de pensar na existência.
Esse é o tema trazido pela filósofa Márcia Tiburi nesse intrigante Café Filosófico. Tiburi nos mostra como a filosofia pode nos auxiliar a refletir sobre questões e angústias que a vida nos traz. Essa viagem do pensamento sobre a existência inicia-se desde o período pré-socrático até filósofos do século XIX, como Shopenhauer e o seu O mundo como vontade e representação e Nietzsche, com sua Gaia Ciência.
Tiburi utiliza-se da metafísica trazida, sobretudo, pelos filósofos da antiguidade clássica para explicar o que é a existência, ou melhor, o que ela significa para aquele que existe dentro de si mesmo. Vale a pena citar: "Pelo simples fato de eu existir dentro do meu próprio corpo, de eu fazer uma experiência concreta, da minha própria individualidade, sendo que eu não posso ser outra pessoa e que, portanto, eu estou condenada a ser eu mesma e que quando eu falo - eu mesma - eu apenas remeto a minha diferença e a minha constituição naquilo que ela tem de oposto ou de complementar ou de estranho em relação ao outro é que eu posso falar de uma existência. Então, eu existo porque eu simplesmente faço uma experiência inexorável da minha própria história no lugar em que eu mesmo experimento essa história, que é o meu corpo. A metafísica já está em mim."

Pensando sobre a existência

Existência como dor versus Existência como prazer

A doença da existência viria do próprio ato de pensarmos sobre nós mesmos. O mal estar e o pessimismo originado por esse ato representaria, assim, a essência da existência. A partir daí, Shopenhauer comanda a cena filosófica com a promulgação da negação da vontade humana, pois já que a essência da existência é o sofrimento, é a dor, nesse sentido, o não-ser, mesmo com todo sentido pessimista que carrega, valeria mais a pena do que ser. Para Shopenhauer, a dor de existir é, de certa forma, antecipações e prévias da morte. Nesse enredo, a felicidade se expressaria apenas como um esforço ético e/ou como uma categoria moral de nosso ser, sendo, portanto, efêmera, nunca eterna.
Em sentido contrário, encontra-se o pensamento filosófico de Nietzsche. Levantando-se contra o pessimismo, Nietzsche apontou o não aproveitamento da alegria pelo homem como o problema da insustentabilidade de seu ser, formulando, posteriormente, a teoria do eterno retorno, ou seja, aquele que não consegue encarar seu passado não supera a doença de sua existência. No lugar do tédio de Shopenhauer, Nietzsche propunha a criação, o gozo, o prazer. "Aquilo que para muitos é a doença, (...) a gente pode encontrar a fonte de nosso própria inspiração criadora".
O autoconhecimento, ou melhor, o ato de pensar nossa própria existência também nos remete a refletir e ir ao encontro a um outro, um outro que habita - por incrível que pareça - em nós mesmos. Dessa forma, o homem se confronta com sua própria alteridade nessa experiêcia subjetiva, causando, por sua vez, o susto, o horror sobre nossa própria existência. "Todo mundo é um e é outro".
Essa potência do horror é tratada, no mundo contemporâneo, como doença, fornecendo, como tratamento, a opção da fuga aos seres insustentados por sua própria leveza. Por exemplo, quando pensamos na psicologia ou, mais precisamente, a terapia, qual é a função do psicólogo ali? Não é ele quem soluciona as mazelas de nossos seres, pois, na verdade, ele só nos induz a pensar sobre nossa própria existência, a olhar para o nosso reflexo, isto é, para nosso eu e o outro que habitam em nós mesmos, buscando assim, fazermos superar nossa potência de horror. Além da psicologia, existem outros "tratamentos" sugeridos para a "doença de nossa existência", incluindo aí o uso de outros meios, como o psiquiátrico e midiático. Entretanto, esses métodos não passam de paliativos, ou melhor,  fórmulas de felicidade vazias e sem sentido e respostas prontas para perguntas que, no fundo, nem são nossas. Por fim, ao invés de proporcionar o encontro de nós mesmos com nosso outro, fortalecendo, assim, nossa existência, esses métodos enfraquecem-a, pois a coloca numa redoma de vidro, protengendo-nos de nossa própria monstruosidade, quando, na verdade, deveríamos estar confrontando-a.

Enfim, corroborando um pouco com o pessimismo de Shopenhauer e aproveitando sua escrita jocosa, proponho uma conclusão inconclusiva, marcada por uma reflexão cíclica na qual o ponto inicial é, e sempre será também, o ponto final. Ou seja, no fim das contas, é sempre nós mesmos que somos, causamos e solucionamos os próprios conflitos de nossa existência...

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

DVD - Los Hermanos na Fundição Progresso

Essa gravação foi uma despedida da trupe e um dos últimos shows que fizeram antes do recesso por tempo indeterminado. O lugar selecionado tem toda uma simbologia especial para a banda, não só por estar localizada na Lapa carioca, um reduto de rockeiros, mas também pelo fato de que, em 1998, ter sido na Fundição uma das melhores e mais marcantes apresentações da banda que resultaria na gravação do clipe o Vencedor. Nessa produção, podemos identificar verdadeiramente quem são os fãs de Los Hermanos. Não se vê garotas histéricas clamando por Anna Júlia ou Primavera. Mas sim um público de mais ou menos cinco mil pessoas, acompanhando letra por letra, frase por frase, enfim, os maiores sucessos dos quatro discos dos Los Hermanos. Um público nem indie, nem rock, nem MPB, mas telespectadores jovens, universitários e bem educados relativamente. O que eles teriam em comum? Além do gosto musical primoroso, o que os une também poderia ser traduzido naquilo que sustenta o peso de seus corpos: os velhos e novos All-star. Mesmo tentando ir contra a corrente do mundo da moda, apresentando-se de "cara suja", e imprimindo a marca registrada da banda, justamente, na barba grande de seus componentes, LH, de certo modo, até lançaram moda com as camisas xadrez de mangas curtas que acreditávamos ser usadas somente por cobradores de ônibus. Fato é fato. Los hermanos inaugurou, na cena do rock brasileiro, uma fase de ecletismo e combinações musicais que pode ser evidenciado pelo aparecimento de diversas bandas independentes com essa mesma vibe filosófica, como Pullovers, com a diferença que esses não são cariocas, mas paulistas. Para aqueles que, assim como eu, gostam de relembrar e degustar a obra da banda, disponibilizo aqui o download dessa produção.

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sábado, 30 de outubro de 2010

O declínio do império americano e As invasões bárbaras

Trago hoje dois filmes francês de excelente qualidade. Dirigidos por Dennys Arcand, O declínio do império americano (Le Déclin de l’Empire Américain, Canadá, 1986) e Invasões bárbaras (Les invasions barbaras, 2003), é uma sequência divertidíssima e, ao mesmo tempo, crítica, que envolve a história de um grupo de amigos, em sua maioria, professores universitários que atuam em áreas ligadas a História.

Em O declínio do império americano, a película inicia-se por meio de uma teoria formulada por uma de suas personagens, a qual propunha que os dias de dominação política e ideológica dos EUA estariam contados, devido ao predomínio da vontade individual sobre a coletiva ou da felicidade pessoal sobre o bem-estar coletivo. A teoria histórica mistura-se em meio as aventuras e desventuras amorosas e sexuais do grupo de professores. O grupo, nesse caso, expressaria o coletivo, a sociedade, e as aventuras de cada um, em particular, o interesse individual. A trama é muito bem desenvolvida, fundamentada, sobretudo, por diálogos entre os personagens, conversas ora filosóficas e históricas, ora pessoais - mas sempre apresentada sob tons sarcásticos. Por fim, essa produção aborda as ideologias de esquerda de um grupo, e porque não dizer, de uma geração, que realmente acreditava em mudanças mais profundas na sociedade.


 
Em As invasões bárbaras, a teoria fundamentada na produção anterior teria, de fato, se concretizado, afinal o 11 de setembro abalou o império americano. Os bárbaros, nesse caso, seriam aqueles que cometeram a invasão e a destruição do símbolo do poder americano. Isso exigiu, dos EUA, um esforço para restabelecer e definir melhor suas fronteiras - visíveis e invisíveis - e uma caça as bruxas, ou melhor, aos terroristas e todos outros, sobretudo imigrantes, que simbolizassem uma ameaça - nuclear ou não - aos filhos da terra do Tio Sam. Aquela geração retratada anteriormente, cheia de convicções, ideologias e pelo anseio de mudanças, agora se apresenta na conformidade e permeados por um sentimento saudosista dos tempos idos. Além disso, nessa produção o leque de temáticas abordadas nos diálogos entre os personagens é expandido, compreendendo desde a globalização, o holocausto, o extermínio indígena, a morte e eutanásia, até os laços e sentimentos familiares.  Há um embate também bem sinalizado: Remy, doente e em estado terminal é o sábio professor de história de convicções filosóficas, socialistas. Seu filho, porém, é o seu oposto: está em plena vitalidade, trabalha na bolsa de valores e comunga de uma ideologia prática, capitalista. A mensagem do filme, por mais piegas que possa parecer, busca transmitir ao telespectador que alguns laços e sentimentos como a amizade e o amor de pai para filho o dinheiro não pode e nunca conseguirá comprar.


Essa é a melhor sequência de filmes que já vi, pois as duas produções apresentam uma coerência temática impressionante! Esses filmes estão também entre uma das melhores produções críticas sobre o poder político e econômico estadounidense. Logicamente que há pequenas falhas, alguns mistérios não solucionados, como a suspeita mostrada no primeiro filme que um dos personagens estaria com AIDS. Isso sequer é comentado na segunda produção. Mas pra quem se interessa por discussões bem fundamentadas essa é uma ótima pedida! Afinal, como os filmes mesmo buscam mostrar, os homens vão, mas suas obras ficam!

Há também a versão final dessa trilogia, que seria a Idade das Trevas, a era que sucedeu, na história, as invasões bárbaras decorridas do declínio do império romano. Infelizmente, no Brasil, o título foi traduzido erroneamente para A era da inocência, produzido em 2007. Essa produção fecharia a crítica sobre a crise da sociedade moderna e do "império" estadounidense. Infelizmente, não consegui ainda esse filme e estou atrás dele. Se alguém souber de algum link disponível pra download me avisem, please!!!!

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domingo, 17 de outubro de 2010

1,99: Um supermercado que vende palavras e Ilha das Flores

 
Depois do impressionante Nós que aqui estamos por vós esperamos, de 1999, Marcelo Masagão parece nos impressionar novamente com a sua mais bela combinação fílmica de imagens, palavras e música. Em 1,99: O supermercado que vende palavras, de 2005, Masagão faz uma brilhante associação entre o consumismo desenfreado da sociedade capitalista e a venda de estilos de vida, ou como o filme retrata, a venda de conceitos, de palavras, buscando retratar nossa conteporaneidade que dá primazia mais a aquilo que se tem, do que aquilo que se é, apontando, por sua vez, o fetiche que se tem sobre o consumismo. As cenas mais brilhantes se concentram naquela que o cara vai sacar dinheiro do caixa eletrônico e aparece a face de uma mulher sentindo prazer pela situação, simbolizando a relação dependente - e até escrava - entre capitalismo e consumismo. A outra cena está na venda do conceito - Escolha sua dívida - e a disposição de caixas e mais caixas com os determinados prazos a se pagar - 3 meses, 6 meses, 2 anos, por exemplo, e o cara que fica no caixa pregar na própria pessoa o valor do juros a ser cobrado, 3%, 10%, por exemplo. A cena dos protestantes da ação contra o tédio também é digna de nota. Masagão também não se esqueceu da massa de excluídos de nossa sociedade, acusados simplesmente de não possui o poder de consumo, de compra, ou seja, dinheiro. São todas aquelas pessoas que foram barrados do supermercado e ficam vagando pelo seu exterior, nas margens de nossa sociedade. Enfim, muitas outras questões são apontadas por esse belíssimo trabalho, desde o trato e a atenção que deveríamos ter com os idosos, aos problemas da auto-imagem das pessoas, essas que cada vez mais, nos circuitos das redes sociais são alteradas por Photoshops da vida. O mais irônico do filme é fazer crítica a grandes multinacionais e marcas e no seu início gastar mais de cinco minutos exibindo essas mesmas marcas como patrocinadores ou apoio cultural da produção. Mas creio que sem isso o cinema nacional não seria nada, né?

 
Mais ou menos nessa perspectiva, tem-se também o aclamado e premiado curta de Jorge Furtado, Ilha das Flores, de 1989. Esse documentário retrata a história de um tomate. Plantado pelo Sr. Suzuki, o tomate sai do tomateiro, é vendido ao supermercado, comprado por uma dona de casa, essa que o julga inapropriado para o molho do porco e o descarta no lixo. Do lixo, ele é encaminhado para Ilha das Flores, o lixão de uma cidade do sul do país. Lá, o lixo é selecionado entre porcos e pessoas. O tomate, por sua vez, é julgado mais uma vez como inapropriado, agora para os porcos, servindo-se, apenas, para satisfazer a fome de uma criança faminta. Dessa forma, Ilha das flores retrata não só o consumismo, mas também a perversidade do sistema capitalista baseado na exploração do homem, cujo resultado se traduz na grande desigualdade social. Além disso, o curta aponta também para a crueldade do próprio ser humano, retratando sua ganância e a falta de solidariedade para com os outros. Vale a pena conferir!!

Download Ilha das Flores 

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pullovers - Tudo que eu sempre sonhei



O pullover junto ao óculos fundo de garrafa são acessórios essenciais no mundo nerd. Partindo dessa idéia, a banda Pullovers buscam misturar o jeito geek com o indie, rock, mpb e até um pouquinho de samba a la Salgueiro. A veia nerd está presente não só no estilo do sexteto, mas também na escolha de temáticas do mundo urbano e ligadas, em grande medida, a cena cotidiana paulista, como por exemplo, Futebol de óculos e a canção que faz referência a Revolução Constitucionalista paulista, 1932 (C. P.) Aqui também se pode perceber a grande influência dos eternos hermanos na composição do estilo da banda, podendo ser identificado não só pela proposta de mistura de sons, mas pelas letras elaboradas e irreverentes e também pelo próprio vocal, esse que, em algumas canções, se tem a impressão que é o próprio Camelo quem está cantando, como acontece em Todas as canções são de amor e Marinês. Além dos Hermanos, também se pode perceber grandes outras influências, desde Chico Buarque até a banda indie pop escocesa Belle and Sebastian. Destaque para o belíssimo trabalho do letrista Luiz Venâncio, o qual busca em suas composições uma maneira simples, direta e delicada de se falar as coisas, como acontece na epopéia narrada em Tudo que eu sempre sonhei. Detalhe: Tudo que eu sempre sonhei é o primeiro album da banda com letras em português, já que em pouco mais de dez anos de carreira, até então, eles se dedicavam a compor músicas em inglês. Hoje, além de Luiz Venâncio, o Pullovers têm também Rodrigo Lorenzetti nos teclados, Bruno Serroni no baixo, Angelo Lorenzetti na viola, Gustavo Beber na bateria e Habacuque Lima, que também faz parte do Ludov, na guitarra. Com arranjos melódicos e bem elaborados, sem dúvida Pullovers está entre uma das melhores bandas do rock alternativo e independente brasileiro. 
 
 01. Tudo que eu sempre sonhei
02. O amor verdadeiro não tem vista para o mar
03. 1932 (C.P.)
04. Marinês
05. Lição de casa
06. Quem me dera houvesse trem
07. Marcelo ou eu traí o rock
08. Futebol de óculos
09. O que dará o salgueiro?
10. Semana
11. Todas as canções são de amor
12. Tchau

Para baixar é só clicar no título do post. 

Lembrando que o arquivo tem extensão. rar e deve ser descompactado.

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sábado, 2 de outubro de 2010

Numismata

Para aqueles que gostam de uma boa diversificada no som e conhecer grupos musicais novos, trago hoje os paulistas NUMISMATA, uma indicação do menininho de Guararapes-SP. A sonoridade da banda é ótima! O grupo é formado por Felipe Veiga (bateria e percussão), Russo (voz e percussão), Adalberto Rabelo Filho (guitarra e voz de apoio), André Vilela (guitarra e voz de apoio), Carlos H. (baixo) e Piero Damiani (voz, teclados e percussão). Creio que a banda não goste de rótulos para se encaixar num só estilo musical. Mas muitas influências podem ser percebidas na primeira audição: de cara, é possível identificar uma aproximação com Los Hermanos, sobretudo, quando se trata da tentativa de ligação entre o samba, o pop e o rock-indie, além da irreverência utilizada em algumas letras, como a faixa Morfeu. Além disso, há um pouco de Seu Jorge, Cartola e até uma pitadinha de blues, como em Mal secreto. Como vocês podem perceber, o álbum é muito variado e rico musicalmente. Além disso, devo destacar a brilhante instrumentação do mesmo, o que indica a excelência desses artistas/músicos. A sensação é que eles brincam de fazer música! Outro destaque é a composição das vozes e sua ligação direta com a melodia. Em Canção de ninar, uma das mais belas do álbum, pode-se perceber o canto a la capela desses artistas, alguns efeitos musicais eletrônicos e o uso de instrumentos mais tradicionais, como a flauta.
Quanto a escolha do nome do grupo, ainda não sei ao certo, mas pelo que pesquisei tem uma ligação com a coleção de moedas. Nesse caso, parece haver uma ligação com a bagagem musical e artística do sexteto, uma verdadeira coleção de valores, ritmos, batuques e estilos musicais diferenciados traduzidos numa coisa só, ou seja, Numisnata. Confiram a playlist de Brazilians on the Moon (2003).
1. Sambiri
2. Indulgente
3. Ciúme
4. Mal Secreto
5. O Mestre-Sala Não Veio
6. Leva Meu Samba
7. Samba Surdo
8. Atômico Platônico
9. Paciência
10. Casa Vazia
11. Morfeu
12. Canção de Ninar
13. Sambiri (Côco)
14. Ciume (Mugomango Atmos Mix)


NUMISMATA - CHORUME (2009)
O segundo e último album lançado pela banda, em 2009, pode-se identificar uma pegada de rock mais evidente. Além disso, percebe-se já certa maturidade musical de seus integrantes. O álbum é mais coeso e traz a parceria de diversos músicos, como Luiz Melodia, Kassin, Maria Alcina e Rita Maria. O nome sugestivo desse trabalho - Chorume - remete-se não só ao choro, mas também uma idéia irônica de se aproveitar coisas do "lixo" para se fazer combustível. Nesse caso, vários sons diferenciados são aproveitados e resgatados, como as melodias das antigas marchinhas de carnaval, como é feito em A vida como ela é. As letras das canções também estão mais belas. A mistura numismática entre samba e rock está mais madura e isso pode ser verificado na audição na faixa Anhanguera. Ao mesmo tempo, nota-se a utilização de outros instrumentos, como o violino e o sax, fornecendo um charme singular, como na valsa A passos largos e no jazz de cabaré de Vira-latas. Os instrumentos e efeitos eletrônicos também são mantidos e estão presentes em algumas canções. A surpresa dessa produção está no mambo instrumental de Fernando. Enfim, pra quem gosta de uma boa música Numismata lhe oferecerá uma ótima audição. Pra mim, Chorume já está entre os melhores álbuns já produzidos. Confiram a playlist desse trabalho:

1. Todo céu e essas coisas
2. Prejuízo (com Luiz Melodia e Thadeu Meneghini)
3. O inferno é um pouco mais (com Kassin)
4. Naif
5. A passos largos
6. Tanta saudade
7. Anhanguera (com Maria Alcina e Rita Maria)
8. Vira-latas (com Carlos Fernando)
9. A vida como ela é (com Maria Alcina e Tatá Aeroplano)
10. Fernando


Além de Numismata, estou em processo de audição de novos sons e influências brasileiras. Acho que é uma busca por um rock mais plural. Dentre eles estão Pullovers, Cidadão Instigado, Banda Gentileza, Mamma Cadela, Lulina, Charme Chulo, Black Drawing Chalks, Rafael Castro e Pública. Em breve postarei minha apreciação crítica sobre esses bons, "novos" e desconhecidos artistas.

Para baixar é só clicar no link do álbum desejado.
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Will & Grace

 
Pra variar aqui no blog, trago hoje uma série ótima. Creio que passei por algumas situações parecidas e me identifico com alguns personagens e, portanto, dedico esse post a galerinha de Três Lagoas-MS, em especial ao DU, grande amigo e que, sem dúvida, irá adorar as aventuras de Will, Jack, Grace e Karen.

Will & Grace assemelha-se a série Friends, tanto no sucesso alcançado, como na proposta temática da série: amizade e relacionamentos. Porém, a comédia dos fatos narrados não se concentra apenas no brilhante elenco que compõe, tampouco na aventuras amorosas dos personagens, mas no relacionamento afetuoso entre Grace e Will, sendo esses muito mais do que amigos, mas menos do que amantes, já que temos que levar em conta a homossexualidade desse último personagem. A série foi produzida de 1998 a 2006, totalizando oito temporadas, sendo a primeira a transmitir um beijo homossexual romantico. Mas diferente de outros seriados como Queer as folk ou The L World que buscam levantar a bandeira do homossexualismo como primeira causa, Will & Grace tratam sobre o assunto, mas com uma sutileza digna de nota. A atenção está no dia-a-a-dia dos personagens e suas aventuras e desventuras. Vale a pena conferir o elenco:

Elenco:

Eric McCormack intepreta o advogado Will Truman.

Debra Messing faz a designer e decoradora Grace Adler.

Megan Mullally atua como a sarcástica Karen Walker.

Sean Hayes interpreta o exibicionista Jack McFarland.

Para baixar, é só clicar no episódio desejado que você será direcionado para a página de download.

1º TEMPORADA
TEMPORADA
TEMPORADA



TEMPORADA




TEMPORADA



6º TEMPORADA



7º TEMPORADA



8º TEMPORADA
(FINAL)



EXTRAS



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domingo, 26 de setembro de 2010

Histórias de amor duram apenas 90 minutos

Está aí mais uma produção brasileira que busca traçar uma nova identidade visual e temática para nosso cinema. Histórias de amor duram apenas 90 minutos se estabelece como uma crônica de costumes do mundo contemporâneo. Zeca (Caio Blat), escritor de meia-idade, está na crise dos 30 anos e com um romance que não consegue passar da página cinquenta. Para o pai, Zeca não cresceu e é justamente nesse ponto existencial que o escritor busca trabalhar em suas obras. Zeca é casado com Julia (Maria Ribeiro), uma mulher que é o seu avesso: totalmente decidida e bem sucedida profissionalmente. O relacionamento começa a se abalar quando Zeca suspeita da traição da companheira com uma ex-aluna, Carol (Luz Cipriota). Nesse ponto, o filme trabalha muito bem a questão do fetiche e do ego masculino, não só quando retrata a suposta traição - o anseio pelo conhecimento do rival, o que ele/ela tem, que eu não tenho? -, mas também a atração imediata pelas belas curvas de uma mulher sexy. É certo que a atriz que interpreta Carol força um pouco a barra e o sotaque argentino para dar charme e sedução a sua personagem, mas a atuação precisa de Caio Blat compensa esse excesso. A graça do enredo fica na narração descontraída feita pelo personagem interpretado por Blat, esse que se permite rir da própria "desgraça". O filme tem um final ótimo, apesar que pode irritar aqueles que não consegue respostas as indagações que a película sugere. Fica a dica!

Para fazer o download do filme em RMVB*, clique no titulo do post.

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domingo, 19 de setembro de 2010

Do começo ao fim


Eu te amo porque...
Pra entender esse nosso amor, seria preciso virar o mundo de cabeça pra baixo...

Polêmico. Amor incondicional. Um dos filmes mais comentados e esperados desse ano, Do começo ao fim trata da história amorosa e familiar de Francisco e Thomás. Está certo que, depois de lançado, a crítica caiu em cima do filme. Nem tanto pelo incesto que retrata, mas pela lentidão do enredo. Francisco e Thomás são meio-irmãos e são filhos da médica interpretada por Julia Lemmertz, companheira de cena de Fábio Assunção. Na época, ainda corria os boatos que o galã global não iria participar das filmagens em função do vício pelas drogas. Mas ele fez, não teve atuação brilhante, sua aparição se deu com poucas falas e cenas corriqueiras. Julia, pelo contrário, traz seu charme e elegância e fornece ao filme uma graça singular. O roteiro deixa muito a desejar quando propõe a tratar sobre incesto e homossexualidade e sequer sugere a experimentação da sexualidade entre os dois garotos, tampouco o debate familiar sobre aquele sentimento entre os irmãos. Nas primeiras cenas, nada mais do que carinhos e cuidados são mostrados. Da infância, o enredo salta significativamente para a vida adulta dos personagens, deixando uma lacuna que o telespectador não consegue preencher mentalmente, tipo: o que teria acontecido naqueles anos? O roteiro perde ainda mais pela má atuação dos atores que interpretaram Thomás, quando criança e adulto, esses que forneceram pouca dinamicidade e muita artificialidade as cenas e  foram carregados pela atuação mediana dos atores que fizeram o papel de Francisco. A idéia, no entanto, sem dúvida era ótima. Uma das frases mais bonitas e marcantes do filme é essa que eu elenquei para o começo do post. Entender um sentimento como esse, sem dúvida, não é fácil, é necessário quebrar muitos paradigmas pessoais e sociais para isso. O ponto positivo é a evolução da variedade temática do nosso cinema nacional, esse que se configura de uma forma bem diversa daquela crítica social sobre a violência  (que já tinha virado carne de vaca, prontofalei) retratada em filmes como Cidade de Deus, Carandiru, Cidade baixa, entre outros. Fica a dica! :)

Para fazer o download do filme em RMVB*, clique no titulo do post.

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