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sábado, 30 de outubro de 2010

O declínio do império americano e As invasões bárbaras

Trago hoje dois filmes francês de excelente qualidade. Dirigidos por Dennys Arcand, O declínio do império americano (Le Déclin de l’Empire Américain, Canadá, 1986) e Invasões bárbaras (Les invasions barbaras, 2003), é uma sequência divertidíssima e, ao mesmo tempo, crítica, que envolve a história de um grupo de amigos, em sua maioria, professores universitários que atuam em áreas ligadas a História.

Em O declínio do império americano, a película inicia-se por meio de uma teoria formulada por uma de suas personagens, a qual propunha que os dias de dominação política e ideológica dos EUA estariam contados, devido ao predomínio da vontade individual sobre a coletiva ou da felicidade pessoal sobre o bem-estar coletivo. A teoria histórica mistura-se em meio as aventuras e desventuras amorosas e sexuais do grupo de professores. O grupo, nesse caso, expressaria o coletivo, a sociedade, e as aventuras de cada um, em particular, o interesse individual. A trama é muito bem desenvolvida, fundamentada, sobretudo, por diálogos entre os personagens, conversas ora filosóficas e históricas, ora pessoais - mas sempre apresentada sob tons sarcásticos. Por fim, essa produção aborda as ideologias de esquerda de um grupo, e porque não dizer, de uma geração, que realmente acreditava em mudanças mais profundas na sociedade.


 
Em As invasões bárbaras, a teoria fundamentada na produção anterior teria, de fato, se concretizado, afinal o 11 de setembro abalou o império americano. Os bárbaros, nesse caso, seriam aqueles que cometeram a invasão e a destruição do símbolo do poder americano. Isso exigiu, dos EUA, um esforço para restabelecer e definir melhor suas fronteiras - visíveis e invisíveis - e uma caça as bruxas, ou melhor, aos terroristas e todos outros, sobretudo imigrantes, que simbolizassem uma ameaça - nuclear ou não - aos filhos da terra do Tio Sam. Aquela geração retratada anteriormente, cheia de convicções, ideologias e pelo anseio de mudanças, agora se apresenta na conformidade e permeados por um sentimento saudosista dos tempos idos. Além disso, nessa produção o leque de temáticas abordadas nos diálogos entre os personagens é expandido, compreendendo desde a globalização, o holocausto, o extermínio indígena, a morte e eutanásia, até os laços e sentimentos familiares.  Há um embate também bem sinalizado: Remy, doente e em estado terminal é o sábio professor de história de convicções filosóficas, socialistas. Seu filho, porém, é o seu oposto: está em plena vitalidade, trabalha na bolsa de valores e comunga de uma ideologia prática, capitalista. A mensagem do filme, por mais piegas que possa parecer, busca transmitir ao telespectador que alguns laços e sentimentos como a amizade e o amor de pai para filho o dinheiro não pode e nunca conseguirá comprar.


Essa é a melhor sequência de filmes que já vi, pois as duas produções apresentam uma coerência temática impressionante! Esses filmes estão também entre uma das melhores produções críticas sobre o poder político e econômico estadounidense. Logicamente que há pequenas falhas, alguns mistérios não solucionados, como a suspeita mostrada no primeiro filme que um dos personagens estaria com AIDS. Isso sequer é comentado na segunda produção. Mas pra quem se interessa por discussões bem fundamentadas essa é uma ótima pedida! Afinal, como os filmes mesmo buscam mostrar, os homens vão, mas suas obras ficam!

Há também a versão final dessa trilogia, que seria a Idade das Trevas, a era que sucedeu, na história, as invasões bárbaras decorridas do declínio do império romano. Infelizmente, no Brasil, o título foi traduzido erroneamente para A era da inocência, produzido em 2007. Essa produção fecharia a crítica sobre a crise da sociedade moderna e do "império" estadounidense. Infelizmente, não consegui ainda esse filme e estou atrás dele. Se alguém souber de algum link disponível pra download me avisem, please!!!!

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Os filmes no blog são todos em RMVB para facilitar o download pra galera e também para ocupar menos espaço no PC. Porém é preciso ter um player, como o Real Player, que suporte essa extensão do arquivo. Sugiro o Media Player Classic, pois ele é rápido, suporta várias extensões de arquivos diferentes e é leve para o PC. Entre no http://www.baixaki.com.br/download/k-lite-mega-codec-pack.htm e baixe o arquivo para assistir o filme!

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